A elegância é amiga da simplicidade, modéstia e habita no detalhe, em arremates, caprichos e um olhar além do óbvio. Este tom, também inspirado em "Downton Abbey", foi a razão para nos encontrarmos.
É o centenário de um nascimento e a aniversariante, assim como sua mãe, era elegante na arte de não se fazer notar, na beleza sem adornos e certo pudor. Ambas, nobres em silêncio e discrição, sem julgamentos ou opinião. Artes e prendas brotavam em suas mãos. Usavam leques para, quem sabe, abanar angústias e soparar seus próprios ais. Poupavam o uso de joias, em favor da austeridade. Maria usava cabelo curso e bem penteado, tailleurs variados e sapatos fechados, sem uma joia sequer. Aparecida usava arcos no cabelo, aliança do casamento e meias da cor da pele, de preferência alemãs. Raramente um broche de coroa ou um colar de pérolas.
O casal Aparecida e Cristiano poupou palavras e agiu, porque amar não era dizer, mas fazer. Assim brotaram o colégio, o hospital, o asilo e o resgate de menores infratores, através do leite da fazenda que se transformava em café da manhã para os presidiários, porque não se fazia dinheiro aos domingos. Investiram em pessoas, vestindo seus corpos de autoestima e dignidade, sem valorizar as próprias atitudes, porque Quem diziam merecer era Deus, com um discurso reformista e calvinista.
Por esta inspiração e em homenagem a eles, nos encontramos e nos divertimos... e lembrem-se que, agora, cada um faz, ao seu modo, a vida brilhar!